quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Fórmula Perfeita






Olá meninas,

Como me pediram, preparei algumas dicas para as próximas postagens sobre pranchas e manobras de longboard. Apesar do surf moderno de longboard estar cada vez mais parecido com a pranchinha, não podemos esquecer do estilo tradicional que caracteriza o longboard.

O surf tradicional de longboard, hoje é chamado de “estilo clássico”, mas cinqüenta anos atrás os pranchões eram as únicas opções disponíveis. O surf já era considerado um esporte extremamente radical, e as manobras só eram limitadas porque o equipamento não permitia muitas variações, por ser muito grande (10 a 12 pés) e pesado, ou seja, os surfistas só não davam aéreos e pancadas porque as pranchas não permitiam. Hoje, devido à evolução da matéria-prima e designes, temos a opção de escolher pranchas mais progressivas ou tradicionais. Mesmo os modelos clássicos evoluíram e apesar de preservarem as principais características dos anos 50 e 60, agora estão mais refinados e versáteis.

Na Austrália e Brasil principalmente, as pranchas progressivas dominam a cena. Apesar de ainda garantirem boas sessões de noseriding, elas possibilitam manobrar na rabeta com maior facilidade (batidas e aéreos), sendo perfeitas para curvas mais rápidas e manobras de impacto. Essas são pranchas mais estreitas, com bordas mais finas e rocker acentuado, deixando a prancha mais sensível e arisca.

Confesso que sou fã do longboard dos anos 60, e para nós mulheres, apesar de uma 9 pés não parecer nada delicada, quando estamos na onda a sensação de leveza e fluidez é tão grande que acaba nos proporcionando uma harmonia perfeita com a onda. As manobras mais bonitas plasticamente saem de acordo com a leitura da onda, prezando sempre pela suavidade, mas nunca ignorando uma manobra mais forte na hora que a onda “pede”.
Os modelos clássicos são pranchas mais retas, com rabeta larga e flutuação mais generosa, proporcionando mais estabilidade para as caminhadas e manobras de bico.

Muito importante também é a escolha certa da borda, pois é determinante no surf. Acho legal um meio termo, nem muito cheia e nem muito fina.
A borda faca (fina) entra mais na água exigindo assim mais força nas curvas (se encaixando mais ao surf dos homens), mas para quem não tem muita força, costuma enterrar a borda na água. Com a borda cheia, a prancha fica mais para fora d água e com um fundo adequado, a troca de bordas fica fácil. Mesmo com bordas mais cheias, acho interessante o uso de ‘dome deck’.

Uso pranchas que mesclam características progressivas e clássicas. Aliás minhas pranchas progressivas foram feitas a partir de um modelo clássico que tenho e gosto muito, assim eu e meu shaper Neco Carbone conseguimos chegar a uma combinação perfeita entre os dois estilos. Um equipamento versátil como esse é ideal para desempenhar o surf exigido nos critérios de competição, que determinam que você faça manobras tanto de rabeta quanto de bico.

Por isso é muito importante o intercâmbio com seu shaper. Uma conversa ou simplesmente um surf juntos, pode fazer muita diferença no seu surf. Assim, vocês podem achar a fórmula perfeita.

Desejo a todas um Feliz Natal com muita LUZ!

Até a próxima

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Califórnia Meca do Longboard


Oi meninas!

Essa é a minha primeira postagem no blog e vou contar para vocês o que rolou na minha primeira competição fora do Brasil. Acabei de voltar de San Diego, Califórnia onde fui participar do LQS (longboard Qualyfing Series), que também valeu como a última etapa do (PLA – Professional Longboard Association), o circuito profissional americano. A viagem só foi possível graças a uma recente parceria com o grupo Lelac Peugeot de Curitiba, um exemplo de empresa fora do segmento do surf investindo no esporte.

Califórnia me faz pensar em Summer time, carros antigos com longboards clássicos no rack, surfistas lendários e toda aquela cultura do “old style”, e foi isso o que pude constatar por lá. Sem dúvidas a Califórnia é a Meca do longboard mundial e “retro” é a palavra de ordem, que define bem essa cultura. Eles vivem na nostalgia dos tempos dourados do surf, desde a forma com que surfam, até o jeito de se vestirem. Outra coisa que chama a atenção é em relação às músicas, com as rádios bombando músicas antigas e até as bandas novas seguem esse estilo.

Fui para essa viagem com o intuito de ganhar experiência surfando com as melhores longboarders do mundo, e claro, pegar boas ondas! Na chegada peguei um mar bem consistente em Trestles, mas no geral só merreca. Agora é inverno por lá e a água está trincando. O swell entra mais forte para o norte da Califórnia, mas na região onde eu estava, chega com menor intensidade por ser uma “área de sombra” (sombra das ilhas que se localizam em frente a essa região sul da Califórnia), que faz com que fique mais protegido dessa direção do swell de inverno.

Parece que para o sul, onde eu estava, o bom mesmo é no verão. Mas mesmo na merreca a onda é perfeita. O surf rola cedo, primeiro porque o dia é curto (17h00min já está escuro), sem contar que o vento entra ainda pela manhã, então tem que se agilizar se quiser pegar o “mel”. Engraçado é que no verão entra o tal Swell Combo, duas ondulações se encontram de sudoeste e noroeste, tendo assim muitas opções de surf.

Voltando ao campeonato, o evento rolou no Píer de Oceanside, 20 minutos ao norte de San Diego. A estrutura do campeonato deixou a desejar e me fez valorizar o que temos aqui no Brasil. Apesar de terem um circuito sólido, os campeonatos de longboard na Califórnia não oferecem nenhuma medalhinha para os finalistas, apenas a premiação em dinheiro. Área de atleta não existe. O que temos aqui no Brasil é luxo, perto do que tem lá fora.

Na primeira fase tive uma boa performance, e me classifiquei em primeiro lugar para as quartas de final. O que me surpreendeu foi que passei a bateria surfando progressivamente, ou seja, explorando mais as manobras de rabeta, devido às condições do mar que apresentavam ondas rápidas e curtas, ao contrário das americanas, que naturalmente abusavam do estilo clássico, usando pranchas com muita flutuação e monoquilhas bem generosas. A maioria das havaianas seguem a mesma linha das americanas, mas quem chamou a atenção foi Megan Godinez, que surfou com o verdadeiro power surf havaiano e grande repertório de manobras.
Nas quartas de final, não me encontrei no mar e acabei perdendo para duas havaianas que fizeram a final (Stacia Ahina e Megan Godinez). Mesmo sendo surfistas de alto nível, sei que poderia ter me dado bem nessa bateria, mas aprendi que competir no frio o consumo de energia é bem maior. Dei mole de ficar com a roupa molhada no intervalo entre uma bateria e outra, tentando me aquecer no sol, mas quando entrei no mar percebi o erro, que acabou sendo determinante para o meu desempenho. O frio me consumiu e me tirou do time do mar, pois fiquei um pouco acelerada.

Antes de voltar para o Brasil, aproveitei para fazer umas comprinhas e dei vários roles em Huntington Beach, Swamis, Cardiff, By the Sea, North Jetty, Ocean Beach, Pacific Beach e a histórica Malibu, um lugar que não poderia deixar de ir pela forte ligação com o longboard, através do mito Mickey Dora, ídolo eterno do surf californiano.


Huntington / Malibu

Swamis


Pier de Oceanside


Califórnia Golden

Agradeço aos meus patrocinadores Top Cia, Grupo Lelac Peugeot de Curitiba, Prefeitura de Curitiba, New Advance, Neco Carbone e Evoke.

Agradecimentos especiais a Ivy e Ludimila!!!!

Até a Próxima!





quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Estilo Longboard

Comecei a surfar aos 11 anos de idade com um bodyboard em Matinhos, litoral do Paraná. Permaneci muito tempo como freesurfer, viajando todo final de semana por todo o litoral do sul do Brasil (Guarda, Rosa, Farol de Santa Marta, Floripa).

Descobri o Longboard em uma viagem ao Hawaii, onde peguei minha primeira onda de pranchão. Quando voltei para o Brasil me formei em Biologia na PUC- PR, onde trabalhava num Centro de Estudos Marinhos no litoral. Pouco antes do final da faculdade comprei meu primeiro pranchão, isso foi a mais ou menos 4 anos atrás e foi quando comecei a competir, desde então não parei mais.

O que me fez apaixonar pelo Longboard foi sua beleza plástica, que na minha opinião se encaixa com a delicadeza do surf feminino e também a nostalgia de um surf clássico.

E desde então me dedico 100% ao Longboard. Hoje moro na Praia do Tombo, Guarujá. Essa mudança do sul para cá foi em busca da minha evolução, tanto no surf como na vida pessoal. Treino diariamente dentro e fora d´água, faço um treino funcional com pilates, musculação.
Participo dos campeonatos brasileiros de Longboard e estou projetando alguns campeonatos internacionais para me qualificar no Mundial.

Procuro sempre estar me atualizando, fazendo cursos, estudando. Sou muito dinâmica e principalmente curiosa. Pretendo logo fazer uma pós-graduação, assim que conseguir encaixar um horário entre os treinos, competições e viagens.

Aqui no blog da EHLAS, vou trazer para vocês todas as novidades do longboard feminino entre outros assuntos!