domingo, 28 de fevereiro de 2010

Ultima semana no Peru








































Ola meninas,

Cheguei de volta ao Brasil no domingo, dia 14 de fevereiro, auge do carnaval. Foi um contraste sair de uma pacata cidade do Peru, para cair em pleno Guarujá fervilhando de gente e pior ainda, sem onda.
Os últimos dias no Peru foram especiais. Não conseguimos pegar a tão esperada onda de Chicama, mas com um pouquinho de paciência fomos presenteados dias antes de ir embora com um ótimo swell em Pacasmayo (El Faro) e também Puemape, e alguns finais de tarde mágicos do Pacífico.
Fazia tempo que não me divertia tanto. Conhecemos pessoas especias, recebemos carinho do povo local, principalmente no surf camp onde ficamos “Los Faroles”, um pequeno Oasis no meio da aridez peruana, com boa comida, boas ondas e muito alto astral.
É engraçada a maneira como nos apegamos às pessoas que convivemos quando estamos viajando, afinal estamos todos com os mesmos objetivos, de pegar boas ondas, e passar bons momentos em um lugar especial. Por alguns dias parece que tínhamos ganhado um monte de parentes, como irmãos, tias, sobrinhos, etc.
Mas uma coisa que me chocou na viagem, foi quando pela terceira vez que fomos checar Chicama na esperança de achar boas ondas, me deparei com um enorme leão-marinho morto a tiros na praia. Pelas informações que me passaram os responsáveis por esse absurdo são os pescadores que na ignorância de protegerem suas redes acabam atirando em leões-marinhos, golfinhos e qualquer coisa que atrapalhe sua pesca. E não foi um caso separado, no mesmo dia assisti no noticiário um caso igual em outra praia. Quando cheguei ao Brasil, procurei algum instituto ou entidade que pudesse, além de me dar alguma informação, fazer algo. Achei pela internet a Universidade Nacional de Trujillo (School of Fish Biology), entrei em contato com o diretor do curso e tive uma resposta imediata me pedindo para enviar as fotos. Segundo eles, a preocupação é muito grande e apesar das tentativas em brecar esses crimes, ainda não conseguiram controlar a matança de leões-marinhos. Disseram ainda, que no mar fica difícil obter provas de que são os pescadores os responsáveis pelos crimes.
Tirando isso, a viagem foi alucinante, o Peru mostrou ser um país que está se preparando cada vez mais com o turismo. Sempre que precisamos de algum serviço público ou de segurança, fomos prontamente atendidos. Além da hospitalidade, a paisagem árida muitas vezes proporcionava um visual intrigante e lindo, característica de um país que transpira história e misticismo.
Nunca tive muita vontade de conhecer o Peru, mas agora confesso que estou louca para voltar pra lá.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Chan Chan



Ainda estou no Peru. As ondas ficaram pequenas a semana toda, mas continuaram perfeitas (meio metro).

A minha volta para o Brasil estava marcada para o próximo domingo, dia 7 de fevereiro, mas monitorando o swell a previsão é para aumentar de sexta-feira em diante. Então remarcamos nossa passagem para o dia 14 e ficaremos aqui em Pacasmayo por mais alguns dias surfando as esquerdas de El Faro, além de Puemape, há uns 40 minutos ao sul de onde estamos.

Quinta-feira estava flat, então fizemos um programa diferente. Fomos a Chan Chan, um sítio arqueológico da cidade dos Chimus, uma civilização pré-Inca que viveu entre os séculos X a XV. Considerados os melhores arquitetos do antigo Peru (veja a foto) e profundos conhecedores do mar, a decoração de seus palácios registra até o fenômeno "El Niño" através de figuras de peixes rumando à direção contraria das correntes predominantes. Cultuavam um deus principal, "La Luna", diz-se que a Lua é mais importante que o Sol, pois ela interfere na agricultura, nas marés e em todos os seus hábitos, além de ser vista de dia e à noite, enquanto o sol só é visto durante o dia.

1 2 3
decoração do Palácio relacionado com o mar
1-os 3 elementos (ar, água e terra)
2- correntes marinhas, peixes rumando de sul para o norte
3- desenhos de ondas
pelicanos


lugar sagrado onde faziam os cultos para a lua. Quando lua cheia, sua imagem refletia na água e faziam sacrifícios humanos para saudar ao deus da Lua.

Conheci o "Perro Pelado Peruano", que é um cachorro sem pelo. Há registros que esse cachorro já vivia antes dos Incas e teve uma função muito importante para o povo da antiguidade. A temperatura de seu corpo chegava a 40 graus C, e por isso era usado para o auxilio do tratamento de reumatismo, dores no corpo e outras doenças. Mas cá entre nós, o coitado é muito feio (rsrs).

Ontem à tarde o mar começou a reagir, surfamos ondas muito longas em El Faro, com 1 metro servido. Hoje pela manhã estava melhor ainda, com mais pressão do que ontem. O único problema é a remada de volta, meus braços estão acabados.
Segunda-feira promete. Retornaremos a Chicama após duas tentativas frustradas, sem ondas. Nossa expectativa é de mar grande. Segunda será "O Dia".
Depois eu conto,
Bjocas

Obs Hoje o caldo engrossou final de tarde e quebrei mais uma prancha. Aff